Histórias

Tornei-me mãe aos 55 anos, mas meu maior segredo foi revelado no dia do parto…

Quando Elizabeth abriu os olhos, reinava no quarto de hospital uma atmosfera tranquila e acolhedora. O único som era a respiração ritmada de sua filha, que dormia pacificamente em seu peito.

Elizabeth passou a mão pela cabecinha minúscula, sentindo entre os dedos os cabelos sedosos da pequena.

Ela havia se tornado mãe.

Aos 55 anos.

Ela pensou que isso nunca aconteceria. Mas o principal — ninguém, nem mesmo seus amigos mais próximos, sabia quem era o pai de seu filho.

Alguns meses antes, ela havia convidado seus amigos mais próximos para um jantar. Todos a conheciam como uma mulher bem-sucedida, inteligente e incrivelmente independente.

— Então, quais são as novidades? — perguntou sua amiga Emily, levantando uma taça de vinho.

— Sim, conte logo! — interveio Alex, amigo comum deles.

Elizabeth fez uma pausa, sorriu e disse em um tom sereno:

— Estou grávida.

Silêncio.

E depois — choque, exclamações, risos.

— Você está falando sério? — finalmente perguntou Emily, incrédula.

— Claro que sim.

— Mas… como?!

Ela olhou para eles e proferiu palavras que incendiaram a intriga:

— Não importa. Apenas saibam: estou grávida, e é a melhor coisa que já me aconteceu.

Na verdade, uma pessoa sabia.

James.

Aquele que ela amou por toda a sua vida.

Mas eles nunca estiveram juntos.

Porque ele era o melhor amigo de seu falecido marido.

Quando seu marido, Tom, faleceu em um acidente de carro cinco anos atrás, James sempre esteve por perto. Ele apoiava, ajudava, cuidava dela, mas entre eles nunca houve mais do que amizade.

Até uma noite.

Até aquela noite em que eles dois cederam.

— Você não está sozinho em sua dor, — ela sussurrou naquela ocasião.

— E você também não, — ele respondeu, tocando sua mão.

Eles nunca mais falaram sobre isso.

Mas três meses depois, Elizabeth percebeu que estava grávida.

Ela poderia ter contado a James.

Mas ela sabia que ele assumiria a responsabilidade, que tentaria se tornar parte de sua vida pelo bem da criança.

E ela não queria ser uma obrigação para ele.

Ela queria que ele estivesse por perto, apenas se quisesse.

Quando estavam prestes a dar alta a ela do hospital, a porta do quarto de repente se abriu.

James.

Ele estava na entrada, confuso e emocionado.

— Me disseram que você teve um bebê.

Ela ficou imóvel.

— Sim.

Ele deu um passo mais perto, olhou para o rosto da menininha adormecida.

E seu coração parou.

A menina era a sua imagem fiel.

— Elizabeth… — sua voz tremia. — Essa… essa é minha filha?

Ela suspirou.

— Sim.

Ele fechou os olhos.

E então se sentou ao seu lado, pegou a mão dela e disse:

— Você não pode decidir por mim. Esta é minha vida também.

Ela olhou em seus olhos, cheios de sentimentos que temeu por tantos anos.

— Você realmente quer estar por perto? — ela perguntou baixinho.

Ele passou os dedos pela mãozinha de sua filha e sorriu:

— Isso nem se pergunta.

Elizabeth viveu a vida inteira para si mesma. Ela não acreditava no destino.

Mas, olhando para James e sua filha, ela entendeu:

A vida coloca tudo em seu devido lugar.

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