Quando eu expulsei meu marido de casa, pensei que era o fim. Mas a verdade que descobri depois me despedaçou mais do que o divórcio…

Meu marido, nosso pequeno filho e eu alugávamos um apartamento. Era um período difícil: brigas, mágoas, cansaço. Ele ficava cada vez mais tempo no trabalho, e eu ficava cada vez mais calada, para não brigar na frente da criança. Mas um dia, não aguentei.
— Vá embora, se você está tão infeliz aqui.
Ele foi. Sem gritar, sem discutir. Apenas pegou o casaco e fechou a porta atrás de si.
Nos primeiros dias, pensei que ele voltaria. Que sentiria falta, perceberia que não poderia ficar sem nós. Eu nem sequer guardei suas coisas. Bobo, não é? Mas eu esperei.
Passou uma semana. Depois, a segunda. Ele não ligou.
O filho perguntava a cada noite:
— Mamãe, o papai vem hoje?
Eu dizia:
— Não sei, querido. Provavelmente, ele está trabalhando.
Ele acreditava. E eu… eu adormecia com o telefone na mão e acordava a cada vibração.
Após dois meses, descobri por acaso. Uma amiga mostrou uma foto na internet — ele. Com uma mulher. Mais jovem que eu. Rindo, de pé à beira do mar, se abraçando.
Fiquei gelada. Tão gelada que não sentia os dedos. Não consegui nem chorar. Apenas fiquei sentada e olhando.
«Dois meses. Dois, — pensei. — Então, não foi tudo de repente. Ele já estava com ela quando eu estava esperando uma ligação».
Eu não mostrei ao meu filho. Mas ele sentiu.
— Mamãe, você está brava com o papai?
— Não. Só estou triste.
— Ele não nos ama mais?
Eu me virei para a janela, para que ele não visse as lágrimas.
— Ama. Apenas de um jeito diferente agora.
À noite, eu me sentava na cozinha e ouvia o silêncio. Antes, ele ligava a televisão, ria, fazia piadas. Agora, só a água pingava da torneira e os ponteiros do relógio faziam tique-taque. Esse silêncio zumbia. Ele gritava sobre tudo o que perdi.
Eu queria escrever para ele, perguntar — por quê. Mas não escrevi. Porque eu sabia: não haveria uma resposta que trouxesse o passado de volta.
Certa vez, depois que meu filho adormeceu, liguei o notebook e abri o perfil dele. Eles estavam juntos novamente. Felizes. Ela segurava a mão dele, e ele a olhava — como há muito tempo não olhava para mim.
Foi então que chorei de verdade pela primeira vez. Não de raiva — de vazio. Pelo fato de que tudo em que eu coloquei minha alma tinha acabado. Que a pessoa com quem compartilhei a vida agora a compartilhava com outra.
Seis meses se passaram. Parei de esperar. Aprendi a acordar sem dor no peito. Comecei a passear mais com meu filho, comprei um vestido novo para mim. Não para ele. Para mim.
Às vezes, ele liga — para perguntar como está a criança. Conversamos calmamente, como estranhos. Ele diz:
— Você mudou.
— Sim. Talvez porque não espero mais que alguém venha e me salve.
Recentemente, meu filho perguntou novamente:
— Mamãe, você ama o papai?
Pensei por um momento. E respondi:
— Amo. Mas agora — de um jeito diferente. Apenas sou grata por ele ter estado presente.
Às vezes, a vida desmorona não porque alguém é mau, mas porque as pessoas deixam de olhar na mesma direção. Um segue em frente, outro fica preso no passado. E dói — perceber que aquele com quem você construiu um lar encontrou calor em outra janela.
Mas talvez, esse seja o sentido — deixar ir, para não perder a si mesmo completamente.
Você conseguiria perdoar quem partiu enquanto você ainda o esperava no jantar?



