Família

Meu filho de 4 anos chorava constantemente quando minha sogra ficava com ele. Quando descobri o motivo, fiquei chocada

Sempre acreditei que meu marido e eu tínhamos uma família forte. Sim, às vezes havia divergências, mas quem não as tem? Especialmente quando se tratava da minha sogra. A Anna e eu nunca fomos próximas. Ela nunca me aceitou completamente e, pelo que parecia, me via como a mulher que “tirou” seu filho dela. Mas, apesar de nossas diferenças, eu confiava a ela o nosso bem mais precioso – nosso filho Lucas.

Quando meu marido e eu começamos a ter mais obrigações de trabalho, concordamos que duas vezes por semana a sogra pegaria Lucas na creche. À primeira vista, parecia uma ótima solução: a criança ficaria perto da avó, e nós poderíamos nos concentrar tranquilamente em nossos afazeres.

Mas logo percebi que o Lucas começou a ficar desconfortável. Toda vez que chegava o dia em que a avó deveria buscá-lo, ele começava a chorar, agarrando-se a mim, implorando para não ir. No início, atribuí isso às birras – afinal, as crianças nem sempre querem sair da creche ou passar o tempo da maneira que não preferem.

Mas depois comecei a perceber outros sinais preocupantes. Quando ele voltava para casa, estava calado, introvertido. Às vezes, recusava-se a comer, outras vezes simplesmente sentava-se em um canto, olhando fixamente para um ponto. Uma vez ele ficou assustado quando o telefone tocou no corredor – era a ligação da avó. Foi quando percebi: algo estava errado.

Decidi conversar com meu filho. A princípio, ele não disse nada, apenas se aninhou a mim. Mas quando prometi que não o deixaria mais com a avó, se ele me contasse tudo, ele chorou e sussurrou:

— Mamãe, ela não gosta de mim… Ela diz que sou mau.

Meu coração apertou. Eu mal consegui conter minhas lágrimas.

— O que ela faz, querido?

— Ela fica brava se eu não fico quieto. Diz que estou incomodando. Às vezes me tranca num quarto e diz que preciso pensar no meu comportamento…

Senti meus dedos ficarem brancos ao apertar o braço da cadeira.

— Você ficava lá sozinho? Por muito tempo?

— Sim… Quando eu chorava, ela ficava ainda mais brava.

Fiquei sem fôlego. Não podia acreditar que a mulher que deveria ser uma avó carinhosa estava tratando meu filho assim.

Naquele momento, tomei uma decisão. Liguei para meu marido e contei-lhe tudo. Ele ficou abalado, mas inicialmente tentou justificar sua mãe: “Ela não poderia ter feito isso…” Mas quando ele mesmo conversou com Lucas e ouviu suas palavras, não restaram dúvidas.

Fomos à casa da sogra. Ela nos recebeu com sua habitual frieza, mas quando eu perguntei diretamente por que ela trancava meu filho no quarto, ela se exaltou.

— Ele não sabe se comportar como uma criança educada! – respondeu ela bruscamente. – Eu só estava tentando educá-lo.

Eu tremia de raiva.

— Trancando-o em um quarto? Assustando-o? Você realmente acha que isso é educação?

Ela não respondeu nada. Meu marido olhou para ela com uma decepção que eu nunca tinha visto antes em seus olhos.

Desde aquele dia, nunca mais deixamos Lucas com ela. Meu marido tentou manter um relacionamento com a mãe, mas não era mais o mesmo. Eu simplesmente não conseguia perdoar. Ninguém tem o direito de tratar meu filho assim.

Agora, com o passar do tempo, Lucas está feliz novamente, ele ri e não tem mais medo de sair de casa. E aprendi uma lição importante – se uma criança chora sem motivo aparente, isso significa que há sim um motivo. E é nosso dever encontrar essa razão e protegê-la.

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