Histórias

Encontrei o homem dos meus sonhos após um divórcio doloroso. Ele morou comigo por seis meses, até que um dia a vizinha me contou a verdade sobre ele…

Tenho 55 anos e estou sozinha. Meu marido me deixou após 28 anos de casamento. Anos se passaram, e estava mais do que na hora de eu fazer algo com a minha vida. E então eu o conheci.

Ele tinha 38 anos, era atlético, bem cuidado, atencioso. Nos conhecemos no parque — ele estava passeando com o cachorro, e eu estava sentada em um banco com um livro. Ele se aproximou e começou a conversar. Foi fácil. Pela primeira vez em três anos após o divórcio, me senti realmente à vontade com um homem.

Começamos a namorar. Ele me dava flores, ligava todos os dias, se interessava pela minha vida. Dizia as coisas certas: que idade — é só um número, que sou bonita, que há muito tempo não encontrava uma mulher tão interessante. Eu me derretia. Meu Deus, como eu me derretia com essas palavras depois que meu marido foi embora com uma mulher de trinta anos, dizendo que eu “envelheci e me tornei chata”.

Quatro meses depois, ele disse que estava saindo do apartamento e procurando um novo. Pediu para passar algumas noites na minha casa. Eu concordei — estávamos próximos, por que não? Alguns dias se transformaram em uma semana. A semana — em um mês. Eu não me opus. Era agradável não acordar sozinha.

O primeiro mês foi bom. Ele preparava café da manhã, assistíamos filmes, ele massageava meus ombros à noite. Romance. Mas depois comecei a notar coisas estranhas. Ele não ia trabalhar. Não ia a lugar nenhum. Passava o dia inteiro no sofá com o celular ou o laptop.

“Freelance”, — ele respondia quando eu perguntava. “Trabalho remoto, projetos”. Eu acreditava. Por que não acreditar? Hoje em dia, muita gente trabalha assim. Mas não tinha dinheiro. Nenhum. Eu pagava as contas. Comprava as compras. Quando o carro dele quebrou, eu paguei o conserto — “devolverei em uma semana, querida, só atrasaram o pagamento”.

Ele não devolveu. Passou um mês, dois, três. Comecei a fazer as contas. Em seis meses, gastei com ele o suficiente para comprar um carro. Isso sem contar que ele morava no meu apartamento de graça.

Quando eu cuidadosamente trouxe o assunto sobre dinheiro, ele fez uma cena. Não foi uma briga — foi uma cena mesmo. Lágrimas, voz trêmula, mágoas: “Você está me expulsando? Depois de tudo? Eu achava que estávamos juntos, que você me amava! Ou para você tudo se mede em dinheiro?”

Eu me senti um trapo. Pedi desculpas. Tentei acalmá-lo. Disse que não, claro, que estava apenas preocupada com nosso futuro. Ele “perdoou”, mas depois disso se tornou mais frio. O sexo ficou menos frequente. As conversas — também. Ele fazia questão de demonstrar que estava magoado.

Comecei a comprar presentes para ele. Tentava recuperar o que tínhamos no início. Um novo celular caro. Uma jaqueta de marca. Ele aceitava como se fosse natural, até mesmo agradecendo de forma relutante.

Tudo mudou quando, por acaso, comecei a conversar com uma vizinha do prédio ao lado. Estávamos na fila da farmácia, e ela de repente perguntou: “Olha, você tem alguém morando com você agora? Eu vi um homem saindo do seu prédio”. Contei para ela sobre ele. Descrevi-o. E ela ficou pálida.

“Meu Deus”, — disse ela. “É ele. Ele morou com uma amiga minha do quinto andar há três anos. Também falava sobre freelancing, também se aproveitava dela. Ela o expulsou quando percebeu que ele só a estava usando”. Depois, ela mencionou mais dois nomes. Mulheres do nosso bairro. Todas com mais de cinquenta. Todas sozinhas após o divórcio.

Voltei para casa em estado de choque. Ele estava deitado no meu sofá, comendo minhas batatas fritas e assistindo seriado na minha TV. Viu meu rosto e nem perguntou o que houve.

“Arrume suas coisas”, — disse eu. “Vá embora. Agora mesmo”.

Primeiro ele não entendeu. Depois começou: mágoas, ameaças, lágrimas. “Você não pode fazer isso! Não tenho para onde ir! Eu te amava!” Eu silenciosamente coloquei as coisas dele em sacolas e as coloquei no corredor.

Ele foi embora. Bateu a porta, prometendo que eu me arrependeria. Tranquei a porta, sentei no chão do hall de entrada e chorei. De vergonha. De raiva. Por ter me deixado usar assim.

Uma semana depois, percebi que algo estava faltando. As joias da minha mãe — brincos de ouro e um colar que ela me deixou antes de falecer. A única coisa que me restou dela. Ele as roubou. Provavelmente no último dia, quando eu estava no trabalho.

Não fiz um boletim de ocorrência. Não conseguiria provar nada — ele diria que eu as dei a ele. Além disso, estou simplesmente envergonhada. Envergonhada de admitir que, aos 55 anos, me deixei levar pelo primeiro homem que fez alguns elogios.

Agora estou sozinha novamente. Sem dinheiro — minhas economias se foram. Sem as joias da minha mãe. Sem fé nas pessoas. Minhas amigas dizem: “Esqueça, ele não vale este sofrimento”. Mas eu não consigo esquecer. Não ele — a mim mesma. Aquela mulher tola, desesperadamente sedenta por amor, que acabei me tornando.

Sabe o que é mais assustador? Às vezes verifico meu telefone — e se ele mandar mensagem? E se ele se desculpar? E se ele disser que tudo foi real? E eu me odeio por ter essa esperança.

E aí eu penso: sou uma vítima ou uma tola? Ele me usou ou eu que permiti? E o principal — eu avisaria outras mulheres se soubesse que ele encontrou alguém de novo? Ou ficaria calada porque tenho vergonha de admitir a minha própria estupidez?

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