No clássico livro infantil de Dr. Seuss, Horton e o Mundo dos Quem, a preguiçosa ave Mayzie convence o desajeitado elefante Horton a chocar um ovo enquanto ela voa para Palm Beach para umas férias frívolas.
Diz Horton para Mayzie: “Eu no seu ovo? Isso não faz sentido. Seu ovo é tão pequeno, senhora, e eu sou tão imenso.” Mas, sendo o elefante fiel que é, ele resolve o trabalho mesmo assim.
Quando um cenário semelhante se desenrolou recentemente na cidade de Geneseo, no estado de Nova York, uma grande Doberman chamada Ruby—que estava amamentando seis de seus próprios filhotes na época—não se importou em adicionar um pequeno gatinho recém-nascido, cuja mãe não foi encontrada, à sua faminta ninhada.
Brittany Callan, dona de Ruby, cria Dobermans na fazenda da sua família. Mesmo sendo a raça famosa por ser excelentes cães de guarda, quando encontrou o gatinho perdido, ela pensou em Ruby, cujos filhotes tinham menos de uma semana de vida.
Após uma apresentação cuidadosa, o gatinho recém-nascido, que Callan chamou de Ramblin’ Rose, se acomodou ao lado de seus irmãos adotivos para se alimentar, e Ruby ficou mais do que feliz em acomodar essa boca a mais.
“[Ruby] imediatamente aceitou a nova chegada e não pareceu se importar”, contou Callan, adicionando: “Ela cresceu com animais pequenos e aprendeu a ser gentil, apenas lambendo e sendo amigável com tudo… Ela é simplesmente uma cadela extremamente, extremamente compassiva.”
Embora a ocorrência de amamentação interespécies seja rara, ela certamente não é sem precedentes.
Em 2012, dois filhotes de tigre siberiano abandonados foram adotados por uma Shar-Pei chamada Cleopatra em um zoológico russo na cidade de Sochi, no Mar Negro.
Dois anos depois, uma determinada gata de uma fazenda no Condado de Offaly, na Irlanda, adotou três patinhos órfãos e os criou como seus próprios filhos junto com seus gatinhos.
Sem precedentes ou não, Callan acredita que o instinto maternal superdesenvolvido de Ruby é algo realmente especial. “Ela foi feita para ser mãe de qualquer coisa”, disse Callan ao Rochester Democrat and Chronicle.
“Nós já tivemos coelhinhos, porquinhos-da-índia, galinhas, patos… Ruby os lambe como se estivesse os limpando, como se fosse mãe deles.”
Desde que assumiu o papel de mãe para Ramblin’ Rose, Ruby começou a carregar o gatinho pela pele do pescoço e a separá-lo de seus irmãos filhotes quando eles ficam muito agitados para o pequenino gatinho.
Sob os cuidados amorosos de Ruby, com um pouco de nutrição extra na forma de fórmula infantil administrada por Callan, o peso de Ramblin’ Rose passou de 124 gramas para 206 gramas em uma semana.
Quando o ovo de Horton finalmente choca no final de sua história, a criatura que emerge é parte ave e parte elefante.
Apesar do impressionante crescimento, não é provável que Ramblin’ Rose alcance o porte de sua mãe adotiva ou comece a latir—mas ela pode se tornar uma gata de guarda bastante feroz quando estiver plenamente crescida.
