A mamãe escondia a dor por trás de um sorriso. E eu só percebi isso quando ela já não estava mais aqui…

Ela nunca se queixava. Nunca dizia que estava cansada. Nunca pedia ajuda.
Simplesmente sorria — como se tivesse tudo sob controle.
Quando eu era pequeno, mamãe muitas vezes me levava para passear.
Lembro-me de como ela segurava minha mão — firme, mas gentilmente. Caminhávamos pela rua, conversávamos sobre pequenas coisas, eu ria, e ela fingia rir junto comigo.
Depois, quando voltávamos para casa, ela ia para o banheiro, fechava a porta e demorava a sair.
Eu batia.
– Mamãe, você está aí?
– Sim, querido, está tudo bem com a mamãe, – ela respondia, e na sua voz havia um tremor.
Alguns minutos depois, ela saía como se nada tivesse acontecido. Sorria, acariciava minha cabeça, colocava biscoitos na mesa e perguntava qual desenho animado eu queria assistir.
Na época, eu achava que mamãe apenas estava triste. Que todos os adultos têm dias ruins.
Eu não sabia que ela chorava de solidão. Do cansaço que ninguém percebia. Da vida em que precisava ser forte todos os dias, mesmo quando tudo dentro dela desmoronava.
Ela chorava para que ninguém visse como doía ser forte.
Porque a força — não é sempre confiança e firmeza.
Às vezes, a força — é o choro silencioso atrás de uma porta fechada, quando a criança não deve ouvir.
Agora, que ela não está mais aqui, eu entendo: ela não apenas enxugava as lágrimas — ela apagava de si mesma o cansaço, para ser minha mãe novamente.
Para que eu visse apenas o sorriso, apenas o calor, apenas a luz.
Ela me deu tudo o que tinha. Mesmo aquilo que ela própria não tinha.
Paz, confiança, felicidade — tudo foi para mim, e a ela mesma restava apenas o silêncio em que chorava.
Quando cresci, a vida me ensinou sobre a dor dela.
Aprendi como é difícil sorrir quando se está vazio por dentro. Como é assustador — ser necessário para todos, mas não ter em quem se apoiar.
Foi só então que entendi: mamãe não era super-humana. Ela simplesmente me amava mais do que a si mesma.
Se eu pudesse falar com ela agora, eu diria:
– Mamãe, desculpe. Eu não vi como estava sendo difícil para você.
Eu a abraçaria e não a soltaria. Apenas deixaria que ela chorasse — não no banheiro, não em segredo, mas no meu ombro.
E talvez, então, ela finalmente sentisse que não precisava mais ser forte.
Vocês já repararam como muitas vezes as pessoas mais fortes — são as que choram em silêncio, quando ninguém está vendo?



