A minha sogra sempre coloca uma folha de louro debaixo do travesseiro do meu marido. Eu pensava que era alguma magia… até descobrir a verdade…

Eu demorei para perguntar, mas naquela noite finalmente respirei fundo, me aproximei dela na cozinha e disse baixinho:
– Posso fazer uma pergunta? Por que você coloca a folha de louro debaixo do travesseiro dele?..
Ela pareceu congelar por um segundo — não de medo, mas como se tivesse sido subitamente levada de volta ao passado. Então, sentou-se, pousou as mãos na mesa e passou os dedos pela borda, como se estivesse se lembrando de algo muito antigo.
– Isso não é invenção minha, – disse ela quase inaudível. – Minha avó já fazia isso. Tanto para mim quanto para os meus irmãos.
Fiquei surpresa, e ela continuou:
– Quando éramos pequenos, tínhamos muito medo durante as noites. Acordávamos dos pesadelos, do escuro, de qualquer ruído. E a avó dizia: «A folha de louro — contra os medos». Ela acreditava que seu cheiro acalmava, ajudava a esvaziar a mente antes de dormir e aliviar a tensão. Sempre nos dizia: «Quem adormece com a mente tranquila — acorda mais forte pela manhã».
Ela sorriu levemente — aquele sorriso suave e quase infantil que deixa claro que, mentalmente, ela está ali com sua avó.
– A avó achava que a folha de louro tinha três poderes, – disse ela, levantando três dedos.
– O primeiro: acalma quem se preocupa demais e guarda tudo para si.
O segundo: protege o sono — não por magia, mas pelo seu aroma. Cheira a lar, calor, cozinha… e isso traz uma sensação de segurança.
E o terceiro: funciona como um desejo silencioso. Minha avó, enquanto colocava a folhinha sob nosso travesseiro, sempre sussurrava: «Que você tenha sonhos agradáveis».
Ela respirou fundo e olhou em direção ao quarto, onde seu filho — meu marido — dormia naquele momento.
– Quando ele era pequeno, – continuou a sogra, – os medos noturnos o atormentavam frequentemente. Ele acordava gritando, chorando, dizia que estava com medo. Eu estava sozinha, meu marido viajava a trabalho. E me lembrei da minha avó. Coloquei a folha de louro para ele, e ele dormiu tranquilamente pela primeira vez em muitas semanas. Depois de todas aquelas noites difíceis… foi um milagre.
Ela cruzou as mãos sobre os joelhos, seu olhar se tornou um misto de ternura e desamparo.
– Entende… para mim, isso não é um ritual ou superstição. É meu jeito de dizer a ele: «Estou aqui. Você está seguro». É um vínculo. É a memória da minha avó. É o amor que eu sei demonstrar.
Ela me olhou, um pouco envergonhada:
– Sei que ele já é adulto. Mas as crianças crescem apenas por fora. Por dentro, elas continuam sendo nossos meninos. E se a única maneira de cuidar do meu filho adulto é colocar uma folhinha debaixo de seu travesseiro… que assim seja.
Naquela noite, fui para o quarto e fiquei olhando para aquela simples folha de louro sobre a mesinha.
E percebi: isso não é magia. É um cuidado feminino, silencioso e geracional. Invisível, mas genuíno.
E me ocorreu o pensamento: será que terei meu próprio pequeno «ritual materno», que apenas meus filhos entenderão quando crescerem?
E vocês, o que acham — tais «pequenos» familiares deveriam ser preservados ou devemos abrir mão deles quando os filhos se tornam adultos?




