Eu fui à casa dos pais dele para falar sobre a gravidez… e o que ouvi partiu meu coração…

– Você não pode simplesmente ir embora, – disse eu, chorando, enquanto estava na cozinha dos pais dele. Minha voz tremia, minhas mãos também. Ele estava ali, apoiado no balcão, olhando para o chão, como se estivesse tentando se esconder de tudo aquilo. Sua mãe estava sentada à mesa, com os braços cruzados, me olhando com frieza, como se eu estivesse pedindo o impossível.
– Acalme-se, – disse ela com firmeza. – O casamento não resolve todos os problemas. Ele é jovem, é cedo para se prender a essas decisões. Não devemos nos casar apenas por causa de uma gravidez.
Aquelas palavras me atingiram mais do que eu esperava.
– Eu não quero ser uma mãe solteira. Eu quero uma família. Quero que meu filho tenha um pai ao seu lado. Isso é tão estranho assim?
Ele levantou os olhos, e havia mais medo do que certeza neles.
– Eu… não estou pronto. Você sabe. Trabalho, constantes mudanças… Nós nem moramos juntos. Não devemos nos apressar.
O pai dele entrou na sala. Ele me viu em lágrimas, seu filho pálido, a mãe com uma expressão dura no rosto.
– O que está acontecendo aqui? – ele perguntou calmamente, mas havia tensão em sua voz.
– Ela quer se casar. E ele não, – respondeu sua esposa.
Ele se sentou ao meu lado, colocou uma mão no meu ombro.
– Eu entendo como você se sente. Mas responsabilidade — isso é importante, – disse ele, olhando para o filho. – Às vezes, um homem precisa dar um passo que assusta.
– Você acha que o casamento resolveria tudo? – o filho disse, irritado. – Você também já foi jovem…
O pai suspirou profundamente:
– Já fui. Mas quando soube que seria pai, não hesitei por um segundo.
Naquele momento, senti claramente que eu estava entre dois mundos diferentes. Pais — para quem a família era um apoio sagrado. E nós — uma geração que sabe postergar tudo “para depois”, até que esse “depois” desaparece.
Quando descobri a gravidez, no começo foi um choque. Tenho vinte e poucos anos, trabalho com crianças e sempre sonhei com uma grande e forte família. Estávamos juntos há alguns anos, e eu sinceramente acreditava que, se tivéssemos um filho, criaríamos um lar, começaríamos tudo de novo.
Mas ele parecia estar se afastando. Ele evitava conversar sobre o futuro, se justificava com trabalho, dinheiro, circunstâncias. E sua mãe apoiava:
– O casamento não é uma obrigação.
E comecei a pensar: será que há algo de errado comigo? Será que estou querendo demais?
Mas depois contei tudo para minha mãe. Vi a dor nos olhos dela, como se ela estivesse se lembrando de quando ficou sozinha. E então entendi: para mim, família — não é uma formalidade. É um apoio, que ou existe, ou não.
À noite, estávamos no quarto dele. Silêncio por muito tempo.
– Estou com medo, – ele confessou. – Não sei se conseguirei. Não sei se posso ser marido… ou pai.
Segurei sua mão.
– Eu também tenho medo. Mas se nos amamos, podemos tentar juntos.
Ele desviou o olhar.
– Talvez… seja melhor você voltar para sua mãe.
Essa frase tirou o ar dos meus pulmões. Não preguei o olho a noite toda. Ouvi a mãe dele sussurrando para ele através da porta:
– Não se deixe pressionar.
Pela manhã, o pai dele me levou para casa. Fomos em silêncio. Na porta ele disse:
– Se precisar de ajuda… ligue. Eu não vou te deixar.
Em casa, minha mãe simplesmente me abraçou. Minha irmã fez um chá e se sentou ao meu lado.
– E agora? – ela perguntou.
– Eu não sei, – murmurei.
Os dias seguintes foram arrastados e dolorosos. Eu esperava dele ao menos uma mensagem, uma palavra. Mas o silêncio se tornava cada vez mais opressivo.
No trabalho, eu me pegava olhando para as crianças e pensando: como será meu filho? Será que consigo realmente criá-lo sozinha? Terei forças suficientes?
Uma noite, o pai dele ligou.
– Ele precisa de tempo, – disse ele. – Mas eu quero te ajudar. Se você quiser… pode morar conosco.
– E sua esposa?..
– Isso é problema meu, – respondeu ele com firmeza.
Eu decidi ligar para ele mais uma vez. Ele atendeu.
– Desculpa, – ele sussurrou. – Eu não sei o que fazer…
– Eu também não sei, – respondi.
E agora estou aqui, entre dois medos e dois caminhos. Entre o que eu quero e o que posso obter. Entre a esperança e a realidade.
Eu não sei o que o amanhã irá trazer. Mas eu sei com certeza: eu preciso ser forte. Pelo meu filho.
Às vezes eu penso: o que é melhor — estar sozinha, mas ser forte, ou esperar por alguém que, talvez, nunca volte?
O que você faria se estivesse no meu lugar?




