Eu senti ciúmes do meu marido em relação a uma colega e decidi tomar as rédeas da situação… o que aconteceu depois mudou tudo em que eu acreditava

Fiquei com ciúmes do meu marido por causa de sua colega.
Ele costumava falar dela com frequência — ora elogiava, ora incidentalmente mencionava seu nome ao comentar sobre o trabalho. Tentei não dar importância, mas por dentro tudo se contraía. Depois descobri que haveria uma confraternização na empresa onde poderíamos ir acompanhados de nossas esposas. Decidi que essa seria minha chance. Queria apenas ver que não havia nada entre eles.
Fui ao evento com um vestido bonito, preparada para manter a confiança. O local estava barulhento, com música, risadas, taças e conversas. Eu estava ao lado do meu marido quando ela se aproximou — aquela sobre quem passei noites sem dormir. Sorria de um jeito tão aberto, como se fôssemos amigas.
– Ah, você deve ser a esposa? – ela disse. – Que prazer conhecê-la! Ele falou tanto sobre você!
Sorri de volta, embora por dentro tudo estivesse em chamas. Queria explodir, dizer algo ríspido, mas me contive. Conversamos, palavra por palavra, e ela se mostrou comunicativa, parecia ser gentil. Já começava a achar que estava me preocupando à toa, até ouvir uma frase dela.
– Você sabe, ele me ajudou tanto depois do divórcio… Achei que não superaria aquele momento. Mas ele estava sempre por perto. Me ligava todos os dias, me levava para casa, me apoiava… Não sei o que faria sem ele.
Senti que me faltava o ar. Olhei para o meu marido — ele estava ao lado, fingindo que nada de especial estava acontecendo.
– Não é maravilhoso ter um marido assim? – ela perguntou e riu.
Forcei um sorriso, mas meu coração batia desenfreado.
Depois das palavras dela, a noite se tornou um tormento. Música, risadas, luzes — tudo parecia secundário. Eu fiquei ali, sentindo o cheiro do perfume dela, e pensava apenas em uma coisa: por que ele nunca mencionou esse “divórcio” e como “apoiava” a colega?
Voltamos para casa em silêncio. Ele ligou o rádio, fingiu que estava tudo normal.
– Foi uma noite interessante, – disse eu baixinho. – Descobri tantas coisas novas sobre seu trabalho.
Ele ficou tenso.
– Não comece, por favor. Você está imaginando coisas novamente.
– Imaginando? Ou você simplesmente esqueceu de contar que “a apoiava” todos os dias após o divórcio?
Ele ficou calado.
– Somos apenas amigos, – disse ele finalmente.
– Amigos não ligam todas as noites, – respondi. – E não fazem com que suas esposas se sintam reviradas por dentro.
Ele virou-se para a janela. E eu percebi que não estava com raiva — estava machucada. Pela indiferença. Pela forma calma que ele disse “somos apenas amigos”. Como se isso devesse me acalmar.
Eu não dormi a noite toda. Fiquei na cozinha, lembrando cada detalhe — as conversas, as mensagens que ele fechava rapidamente quando eu me aproximava. Tudo de repente se encaixou em uma única imagem.
Ele não me traiu. Mas também não foi honesto. E isso, talvez, seja o que mais dói.
Desde então, mudei. Fiquei mais tranquila, mais fria. Parei de sentir ciúmes, parei de perguntar.
Ele acha que tudo passou. Que eu simplesmente me acalmei.
Mas, na verdade, algo dentro de mim morreu. Silenciosa, sem escândalo, sem gritar.
E às vezes, quando ele novamente fala sobre “colegas”, eu apenas olho para ele e penso:
será que vale a pena salvar a relação se a confiança já não existe?
Acho que você conseguiria perdoar algo que mata não com o corpo, mas com as palavras “somos apenas amigos”?



