Ele instalou uma câmera para apanhar a esposa em flagrante. Mas o que viu mudou tudo

Marta estava diferente.
Não percebi isso imediatamente. Primeiro foram os atrasos no trabalho, depois as conversas constantes em sussurros, o telefone sempre com ela, até no banho. E então… frieza. Entre nós. Como se ela estivesse se afastando de mim, passo a passo.
Tentei conversar. “Estou apenas cansada”, ela repetia. Eu acreditava. Ou fingia acreditar. Até que uma noite acordei em uma cama vazia.
Fui até a janela — ela estava sentada no carro em frente à casa. No escuro. Sozinha. E então percebi: ela estava escondendo algo.
Instalei uma câmera no quarto. Após alguns dias, na gravação — um homem desconhecido. Ela o deixou entrar, como se estivesse esperando por ele. Não era um amigo, nem colega. Quem era ele?
Decidi descobrir tudo. O telefone dela — vazio. Conversas apagadas, um número desconhecido. Chamadas — apenas à noite. Anotei o número.
Mais tarde, segui-a. Em vez de se encontrar com “amigas”, ela parou em um prédio discreto. Ficou lá por duas horas. Depois saiu sozinha. Notei um carro preto estacionado nas proximidades. Ela não se aproximou dele. Mas sabia que ele estava lá.
Voltei na manhã seguinte. Conversei com o barman. Ele disse que ela estava sozinha, tomando chá. Ninguém se aproximou dela. Mas por que ele a esperava? Por que estavam sendo tão cautelosos?
À noite, perguntei diretamente. Onde tinha estado. Ela mentiu. Eu disse que sabia. Ela explodiu. Tentou me acusar de segui-la. Eu fiquei calado. Ela estava com medo. Estava claro.
À noite, revi a gravação. Tirei um print do rosto dele. O nome apareceu imediatamente — Alex Montero. Registo criminal. Suspeita de assassinato. Caso encerrado. Maldição… O que ela está fazendo com um homem assim?
Segui-a novamente. Ela estava indo para o cemitério. Levava consigo uma crisântemo branca.
Lá, entre as antigas sepulturas, ela se encontrou com ele. Ele lhe entregou uma caixa. Me aproximei. Ela se assustou.
— Não é o que você pensa…
Tomei a caixa. Fotografias, cartas. Em uma delas — eles. Jovens, apaixonados. Há dez anos. Travei o maxilar. Ela o amava. Por que então se casou comigo?
Encontrei Montero. Mostrei a foto. Ele disse: “Fui preso no lugar dela. Foi um acordo. Eu fiquei quieto, não mexeram com ela”. Minha cabeça zunia. Ele ficou preso para que ela pudesse viver.
— E agora? — perguntei.
— Ela não consegue se perdoar.
— Ela te amava?
— Sim. Mas escolheu você, porque achava que eu não voltaria.
Voltei para casa. Joguei a foto na mesa.
— Chega. Cansei de mentiras.
— Onde você conseguiu isso?.. — sua voz tremia.
— Você ainda o ama? — perguntei.
Ela não respondeu. Apenas sussurrando:
— Eu não sei…
— Então escolha. Ou você não se encontra mais com ele. Ou terminamos.
Ela foi embora de manhã. Sem explicações. Esperei. Tudo dentro de mim estava em suspense. Quem ela escolheria?
Tarde da noite, ela voltou. Nas mãos — aquela mesma caixa. Colocou-a lentamente na minha frente.
— Eu escolhi você.
Olhei para ela. Para a caixa. Para o rosto, onde não havia mais aquela leveza de antes. Ela fez sua escolha. Mas eu conseguirei agora?