Meu filho acidentalmente viu meu testamento e me mandou fazer as malas imediatamente
Sempre acreditei que criei um homem bom.
Adam era meu único filho. Desde pequeno, eu me esforcei para dar-lhe tudo: uma boa educação, uma vida confortável, apoio em todas as suas empreitadas. Após a morte de seu pai, ficamos só nós dois, e eu fiz de tudo para que ele não precisasse de nada.
Ele cresceu, construiu uma carreira, formou uma família. Mas quase não lhe restava tempo para mim.
— Mãe, eu tenho trabalho, filhos, compromissos… Ligo para você depois.
Esse “depois” podia durar semanas.
Mas eu não ficava magoada. Não era por isso que eu o criei? Para que ele vivesse feliz?
O testamento encontrado
Um dia ele chegou sem avisar.
Entrou em casa e rapidamente foi para a sala de estar. Fiquei surpresa — ele nunca vinha sem motivo.
— Mãe, o que é isso? — ele jogou um papel à minha frente.
Peguei o documento e imediatamente entendi: meu testamento.
— Como você conseguiu isso?
— Isso não importa, — sua voz era fria. — Você deixou a casa para outra pessoa que não para mim?
Suspirei com dificuldade.
— Deixei para Caroline.
Caroline é minha sobrinha. Ela não é minha filha biológica, mas havia tempos em que ela era mais próxima de mim do que meu próprio filho.
Quando a mãe dela morreu, eu a ajudei a se reerguer. Ao contrário de Adam, ela sempre encontrava tempo para mim.
Mas ele não entendia isso.
— Você está falando sério? — a voz de meu filho tremia. — Então eu não vou receber nada?!
Eu fiquei em silêncio.
Ele então soltou um suspiro brusco e disse:
— Faça as malas.
Eu não entendi de imediato.
— O quê?
— Eu não quero mais que você viva aqui. Já que essa casa não é mais minha, você também não tem nada para fazer aqui.
Eu olhava para ele e não conseguia reconhecer o menino que criei.
— Adam… você está me expulsando da minha própria casa?
— Você escolheu quem é mais importante para você.
Ele se levantou, tirou dinheiro do bolso e colocou-o na minha frente.
— Para as despesas iniciais.
E depois simplesmente foi embora.
Fiquei sentada por muito tempo, sem me mover, as lágrimas escorrendo pelas minhas bochechas, eu não conseguia acreditar que este era meu filho.
Claro que eu não fui a lugar nenhum. Me pareceu que já perdi tudo.
Pensei que o pior era não ter ninguém para deixar minha herança.
Mas descobri que pior ainda é perceber que você criou alguém que se tornou um estranho para você.
