Histórias

Aos 65 anos, encontrei novamente o amor após a perda do meu marido. Mas no casamento, o irmão dele de repente declarou: “Eu sou contra!”

Quando perdi meu marido, parecia que minha vida havia terminado. Vivemos juntos por 40 anos, criamos filhos, construímos uma casa e juntos superamos alegrias e dificuldades. Ao ficar sozinha, demorei muito para sequer pensar que outra pessoa pudesse ocupar espaço no meu coração.

Mas a vida às vezes nos apresenta reviravoltas inesperadas.

Encontrei Marcos por acaso. Ele era amigo da nossa família, conversamos por muitos anos, mas após a morte do meu marido, perdemos contato. Então, um dia, nos deparamos em um café. Uma conversa comum, lembranças calorosas — e de repente percebi que pela primeira vez em muito tempo eu me sentia leve.

Começamos a nos encontrar. Era estranho, inesperado, mas incrivelmente agradável. Marcos cuidava de mim com a mesma ternura de quando se corteja uma jovem. Eu sentia que estava voltando a viver.

Quando ele me pediu em casamento, eu hesitei. O que diriam os filhos? Os parentes? Tinha medo do julgamento. Mas minha filha disse:

— Mamãe, você merece ser feliz.

Essas palavras me deram coragem para dizer “sim”.

Decidimos fazer um casamento pequeno — apenas um jantar em família, nada grandioso. Mas, mesmo nos meus sonhos mais ousados, eu não poderia imaginar o que aconteceria naquela noite.

Quando a cerimônia começou, os convidados sorriam, brindes eram levantados um após o outro, e eu me sentia verdadeiramente feliz.

E de repente…

— Eu sou contra! — ressoou alto do outro lado da mesa.

Todos se viraram. Era Tomás, o irmão mais novo do meu falecido marido.

Um silêncio opressivo encheu a sala.

— Você não tem o direito de se casar com outro! — disse ele, olhando nos meus olhos. — Como pôde esquecer meu irmão?

Congelei. Eu sabia que Tomás sempre me considerou parte da família. Apoiamo-nos mutuamente após a morte do meu marido, mas ultimamente ele vinha se comportando distante.

— Eu não o esqueci, — respondi baixinho. — Mas a vida continua…

— Para você?! — ele interrompeu. — E para ele?!

Essas palavras me atravessaram como uma lâmina.

Senti minhas mãos tremerem. Marcos apertou minha mão fortemente sob a mesa, mostrando que estava ao meu lado.

Os convidados estavam em silêncio, observando a cena com tensão.

— Tomás, — finalmente disse Marcos. — Eu entendo seus sentimentos, mas… você acha que ela deve passar o resto da vida sozinha?

— Isso não está certo! — ele insistia.

Respirei fundo e olhei para ele.

— Tomás… Sabe o que é errado? — Senti minha voz parar de tremer. — Errado é que você me ama em segredo há anos e agora não consegue aceitar que escolhi outra pessoa.

A sala parou.

Tomás empalideceu.

Marcos apertou minha mão ainda mais forte.

Tomás olhou para mim, depois olhou para os convidados, para Marcos…

— Desculpe… — disse ele e saiu rapidamente da sala.

Fechei os olhos. Durante todo esse tempo, eu sentia que ele tinha sentimentos por mim, mas tentei não pensar nisso. E agora ele mesmo disse tudo…

Olhei para Marcos.

— Está tudo bem, — ele sussurrou.

E percebi que estava realmente bem. Afinal, o mais importante é não ter medo de ser feliz.

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