Lealdade que superou os anos: a tocante história de Oscar, o cão que encontrou a felicidade apesar das mágoas do passado

Em uma cidadezinha tranquila, localizada nos arredores de um bairro antigo, havia uma pequena loja de um padeiro. Todos os dias, um cachorro ruivo chamado Oscar vinha até sua porta.
Ele se sentava na calçada, olhando para os transeuntes, como se estivesse procurando alguém. Oscar não era um cão de rua, mas sua vida claramente não tinha sido fácil. Houve um tempo em que Oscar tinha uma casa e uma família. Um jovem casal, Anna e Martin, o adotaram quando era filhote, oferecendo-lhe calor e cuidado.
Oscar foi o primeiro animal de estimação deles, e eles eram completamente apaixonados por ele. Juntos, passeavam no parque, pedalavam de bicicleta e assistiam a filmes à noite, confortavelmente instalados juntos no sofá. Mas a vida frequentemente nos presenteia com desafios. Alguns anos depois, Martin recebeu uma proposta de trabalho em outro país e, com Anna, tomou a difícil decisão de se mudar.
No entanto, o apartamento para onde estavam indo não permitia animais de estimação. Eles tiveram que deixar Oscar com a avó de Martin. Prometeram voltar para buscá-lo assim que pudessem. Para Oscar, isso foi o início de um novo capítulo. A avó o amava, mas a cada ano se tornava mais difícil para ela cuidar do cão. Ele sentia isso, e era como se seu coração se partisse: ele sentia falta de Anna e Martin.
Em certo momento, a avó não conseguiu mais conter as lágrimas e o levou a um abrigo. “Eles vão voltar para te buscar”, disse ela na despedida. No abrigo, Oscar não se entregou. Todos os dias ele olhava para a porta, como se esperasse que seus amados donos entrassem a qualquer momento. Os funcionários do abrigo notaram como ele era leal e inteligente, e o tornaram um “assistente”.
Oscar se tornou um amigo para os outros cães, acalmava-os e até “sorria” para os novos visitantes que vinham buscar um animal de estimação. Certo dia, uma menina de cerca de dez anos apareceu no abrigo com sua mãe. Ela tinha olhos tristes, mas que brilhavam de esperança. A menina se chamava Emma, e sonhava há muito tempo em ter um cachorro. Aproximou-se de Oscar e estendeu a mão para ele.
Oscar levantou a cabeça, cheirou a palma da mão dela e cuidadosamente a lambeu. Emma sorriu — naquele momento, eles perceberam que haviam se encontrado. Oscar encontrou um novo lar, onde era amado e cuidado. Mas todas as noites, sentado à janela, ele ainda olhava para longe, como se esperasse aqueles que um dia prometeram voltar. Um dia, três anos depois, a porta da casa de Emma se abriu, e Anna e Martin estavam lá. Eles reconheceram Oscar imediatamente, e ele — a eles. O cão correu até eles, abanando o rabo alegremente, como se esperasse por eles todo esse tempo.
Anna o abraçou, e Martin se agachou ao lado, repetindo seu nome. Naquele momento, Emma estava afastada, observando a cena e sentindo que sua vida com Oscar poderia mudar. Anna e Martin contaram como procuraram Oscar por muito tempo após o retorno. Ao saber sobre o abrigo e a nova família, entenderam que o cão havia encontrado o amor e o cuidado que merecia. Sentaram-se à mesa com Emma e a mãe dela, conversaram e riram por um longo tempo, enquanto Oscar circulava entre eles, como se tentasse não deixar ninguém de fora de sua atenção.
Por fim, eles chegaram a um acordo. Oscar ficou com a família de Emma, mas Anna e Martin começaram a visitá-lo, para passar tempo com seu velho amigo. Às vezes, passeavam juntos no parque ou faziam piqueniques. Agora, Oscar tinha não apenas duas casas, mas todo um mundo cheio de amor e calor. Todas as noites, ele ainda se deitava junto à janela, mas não olhava mais para longe. Ele sabia que aqueles que amava estavam sempre por perto, e não havia mais nada a temer.